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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Parabens professora !!

ainda falando sobre educação, e como ja disse aqui me sinto na liberdade de falar pois é minha realidade também, talvez um pouco diferente de professores desqualifcados, mas mesmo assim é minha realidade.recebi hoje um e-mail da Cris Nery , uma resposta de uma professora , que mesmo sendo eu uma pessoa que náo tem o habito de postar e mails , diante desse não pude deixar de abrir aqui um epsaço para que alguns leitores que me visitam , entendessem de uma vez por todas o que é ser um bom profissional na area de educção do país!
Essa profissional é daquelas que vale a pena copiar,  vale a pena imitar.....ela coloca de forma clara a sua opnião sobre a profissão dela deixando de lado a paixão classista que mtos carregam no seu DNA!
È de mulheres assim que precisamos na educação , não de algumas que são enconstadas  pela falta de capacidade cultural e intelectual, e assim se acomodam só reclamando ...
Vejam

Abaixo estou enviando uma cópia da carta escrita por uma professora que trabalha
 no Colégio Estadual Mesquita, à revista Veja. Peço por favor que repasse a
todos que conhecem, é longa mas vale a pena ler.

RESPOSTA À REVISTA VEJA


           Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a
reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “Aula Cronometrada”. É com
grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do
mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS  razões que  geram este panorama
desalentador.
           Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas  para
diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os que pensam que:
“os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de
estímulos e inseridos na era digital” entrem numa sala de aula e observem a
realidade brasileira. Que alunos são esses “repletos de estímulos” que muitas
vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital?
Em que  pais de famílias oriundas da pobreza  trabalham tanto que não têm como
acompanhar os filhos  em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para
a vida? Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela
ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro
da maioria das escolas brasileiras. Está na hora dos professores se rebelarem
contra as acusações que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser
resolvidos pela sociedade e não somente pela escola.
           Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância,
onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar
com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as
obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os
alunos de hoje “repletos de estímulos”. Estímulos de quê?  De passar o dia na
rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas
horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou o que é ainda pior
envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida. Realmente, nada
está bom. Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção,
orientação e disciplina.
           Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos,  há uns anos atrás
de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria. Esperança que
se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os
jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para quê o estudo? Por
que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem,
dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos,  de ir
aos piqueniques, subir em árvores? E, nas aulas, havia respeito, amor pela
pátria.. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas “chatas” só na
lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência. Se não soubéssemos
não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente,
exame de admissão. E tínhamos motivação para isso.
           Hoje, professores “incapazes” dão aulas na lousa, levam filmes,
trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em
sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução),  levam alunos à
biblioteca e a outros locais educativos (benza, Deus, só os mais corajosos!) e,
algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até a passeios
interessantes, planejados minuciosamente, como ir ao Beto Carrero. E, mesmo,
assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos
professores “incapazes”,  elaboram atividades escolares como provas,
planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração;
           Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é
cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 minutos de intervalo,
quando têm de escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho.
Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que se
sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40
h.semanais. E a saúde? É a única profissão que conheço que embora apresente
atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário.    Há
de se pensar, então, que  são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada
vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam
de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças
havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma chance de “cair
fora”.Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que
 esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de
“vaca”,”puta”, “gordos “, “velhos” entre outras coisas. Como isso é motivante e
temos ainda que ter forças para motivar. Mas, ainda não é tão grave. Temos
notícias, dia-a-dia,  até de agressões a professores por alunos. Futuramente,
esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares.
           Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura
Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus
cidadãos ultrapassa um certo limite. E acho que esse grau já ultrapassou. Chega
de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e
comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas
chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após
série, e não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade os
exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos.
           Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os
professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante é  porque há
disciplina. E é isso que precisamos e não de cronômetros.  Lembrando: o
professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos,
capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a
grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se.

           Em vez de cronômetros, precisamos de carteiras escolares, livros,
materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de nossas
escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade. Existem
muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos
sentarem. E é essa a nossa realidade!  E, precisamos, também, urgentemente de
educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele
mesmo
           Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher
os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões  (ô, coisa arcaica!), e
ainda assim se ouve falar em cronômetros. Francamente!!!
           Passou da hora de todos abrirem os olhos  e fazerem algo para evitar
uma calamidade no país, futuramente. Os professores não são culpados de uma
sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores  até
agora  não responderam a todas as acusações de serem despreparados e
“incapazes” de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não
tiveram TEMPO. Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e
duas turmas sem as provas corrigidas.



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Profa Neide Maria Michellan Kiouranis
Universidade Estadual de Maringá
Departamento de Química
Bloco 21/sala 13
Av. Colombo, 5790
CEP: 87020-900    Maringá - PR

2 comentários:

  1. é uma pena que a profissao mais importante ainda nao tenha seu reconhecimento e uma carreira digna de seu trabalho.

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  2. Concordo com você , acho uma linda profissão e admiro aqueles que são de fato professores vocacionados,creio que a gde falta de reconhecimento se de pela falta de capacidade de alguns que se preocupam mais em saber decor lei, e paragrafos, esquecendo assim a sua verdadeira função, que é ensinar, acompanhar , e apoiar o aluno.Sinto que ainda no Brasil, essa profisssão continue sendo ''usada'' por pessoas imcapacitadas, por pessoas que fazem por fazer, e depois se tornam classistas e denegrem assim a imagem do verdadeiro professor , do vocacionado.Obrigada pela visita e apareça bjs

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